ATIVIDADES LÚDICAS COMO ESTRATÉGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Angela Cristina Munhoz Maluf


Apresentação
Todo o ser humano pode beneficiar-se de atividades lúdicas, tanto pelo aspecto de diversão e prazer, quanto pelo aspecto da aprendizagem. Através das atividades lúdicas desenvolvemos várias capacidades, exploramos e refletimos sobre a realidade, a cultura na qual vivemos, incorporamos e, ao mesmo tempo, questionamos regras e papéis sociais. Podemos dizer que nas atividades lúdicas ultrapassamos a, realidade, transformando-a através da imaginação. A incorporação de brincadeiras, jogos e brinquedos na prática pedagógica, podem desenvolver diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados cons,trutivos tanto para crianças como para os jovens.

Objetivos
Este estudo visa mostrar aos educadores, a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento do ser humano, em uma perspectiva social, criativa, afetiva, cultural e histórica. Como ta,mbém compreender e relacionar as atividades lúdicas ao desenvolvimento de crianças e jovens, estabelecendo uma articulação entre a teoria e a prática educativa, através de leituras específicas e vivências de atividades práticas, reconhecendo como utilizar, atividades lúdicas no âmbito escolar, permitindo um melhor direcionamento no seu trabalho pedagógico.

Metodologia
Durante as atividades lúdicas, os educadores podem perceber traços de personalidade do educando, de seu comportamento individual e em gr,upo e o ritmo de seu desenvolvimento. O ato de divertir-se vai oportunizar as vivências às vezes inocentes e simples da essência lúdica de crianças, jovens e adultos, possibilitando o aumento da auto-estima, o autoconhecimento de suas responsabilidades e,valores, a troca de informações e experiências corporais e culturais, por meio das atividades de socialização. Ainda é oportunizado às crianças, jovens e adultos o enriquecimento de suas próprias capacidades, mediante estímulo à iniciativa, à melhoria nos, processos de comunicação e principalmente a optar por ações que incentivem a criatividade, que é certamente uma característica e um objetivo fundamental da Atividade Lúdica, seja ela uma brincadeira, jogo ou brinquedo em suas diversas formas de realizaçã,o. Toda a atividade lúdica pode ser aplicada em diversas faixas etárias, mas pode sofrer interferência em seu procedimento de aplicação, na metodologia de organização e no ministrar de suas estratégias, de acordo com as necessidades específicas das faixas, etárias. Podemos observar as crianças de:

2 a 3 anos (Introdução do livro: Atividades Recreativas para Divertir e Ensinar Vozes-2005)
" Possuem necessidade de manipular materiais variados;
" Precisam desenvolver seus músculos e sua imaginação;
" Pr,ecisam estimular a sua criatividade;
" Necessitam conviver com outras crianças;
" Precisam que sua observação seja ativada e que o conhecimento de objetos que as cercam seja despertado;
" Gostam de brincar mais sozinhas e seu principal interesse é desc,obrir seu próprio corpo.

Devemos ativar a observação e despertar para o conhecimento de objetos que as cercam.Gostam de brincar mais sozinhas e seu principal interesse é descobrir o seu próprio corpo.

4 a 6 anos
" Gostam de ser elogiadas e têm tend,ência a emoções extremas;
" Adoram novidades (lugares, pessoas e objetos). Ficam pouco tempo realizando uma atividade, exigem troca constante e rápida de ações;
" Precisam de regras e limites, que desafiem sua imaginação;
" Constantemente, necessitam d,e motivação e quando motivadas, conseguem se entreter mais tempo em uma atividade, vivendo assim suas emoções com bastante facilidade;
" Começam a ter curiosidade sexual e preocupam-se com as diferenças;
" Apegam-se a familiares;
" Necessitam de autoco,ntrole das emoções diante de medos de coisas ou de situações como, escuro, bicho e, portanto, devem ter oportunidade para vencer temores.
" Adoram mostrar o que sabem fazer, nesta fase estão descobrindo o prazer de brincar junto com outras crianças.

7, a 9 anos
" Tem grande precisão de movimentos, sendo uma etapa totalmente viável para o incentivo às atividades desportivas e àquelas que demandam esforço físico;
" Precisam de motivação no desenvolvimento do seu intelecto, com ações que possam proporci,onar reflexões e descobertas;
" Necessitam de motivação para o convívio social;
" Requerem reforço nas atividades sobre as diferenças entre grande e pequeno, direita e esquerda, claro e escuro ou outros elementos.
" As atividades sobre as diferenças en,tre grande e pequeno, direita e esquerda, claro e escuro ou outros elementos, devem ser reforçadas nas atividades lúdicas.

10 a 12 anos
" Têm grande interesse (por) e necessidade de atividades ao ar livre, jogos de equipes;
" Necessitam de autonomia,e oportunidades de aceitação dentro de um grupo;
" Precisam de atividades específicas para meninos ou meninas, devido á diferença de interesse e ao ritmo de amadurecimento;
" Necessitam de atividades que possam contribuir para autocrítica e o reconhecim,ento de suas dificuldades;
" Possuem grande interesse em jogos atividades de grupo, músicas do momento e ações de humor;
" Precisam trabalhar a sensibilidade e o ciúme com o uso de técnicas e dinâmicas individuais e em grupo.

13 anos em diante
" Pos,suem interesse por assuntos culturais e religiosos, buscando assim seus ideais;
" Tendem a aperfeiçoar suas habilidades motoras enfatizando as atividades esportivas;
" Os meninos necessitam de atividades de maior intensidade, com ações que exigem força,, resistência, velocidade e coragem;
" As meninas se interessam mais por atividades esportivas de menor esforço e de maior habilidade;
" Apreciam atividades ao ar livre, rítmicas que estão inseridas no seu contexto social. É de grande importância a refle,xão entre meninos e meninas sobre as atividades que tenham contato do corpo;
" Necessitam de atividades que trabalhem os grandes grupos musculares, os movimentos gerais e a flexibilidade.

Considerando-se as necessidades físicas e psicológicas de crian,ças e jovens, sugiro atividades que trabalhem com o intelecto, com corpo e com o social. Essas atividades têm por objetivo ajudar as crianças a entrarem em contato com o mundo do conhecimento e da informação e desenvolver suas habilidades de criar e relac,ionar esses conhecimentos, pois só assim elas serão capazes de desenvolver uma linguagem e aprender a dominar todo tipo de informação.As atividades lúdicas funcionam como exercícios necessários e úteis à vida. Possibilitar estes exercícios é assegurar a s,obrevivência de sonhos e promover a construção de conhecimentos vinculados ao prazer de viver e aprender de uma forma natural, divertida e agradável.
Referências
ABERASTURY, A. A criança e seus jogos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
ANTUNES, C. & PE,GAIA, UYVÃO. Ludopedagogia, São Paulo: ed. Do Brasil, 1974.
BERGERET, L. Du cote des iudotheques. Paris: Fleurus, 1984.
FINGERMANN, G. El juego y sus proyecciones, Buenos Aires: El Ateneo, 1970.
GOUVEA, R. Recreação, 4ª ed. Rio de Janeiro: Agir (Esco,la e Vida, 2), 1969.
IOBOLI, G. B. Práticas de ensino: subsídios para atividade docente, 5ª ed. São Paulo: Ática, 1994.
MARCELINO N. C. Pedagogia da animação, Campinas: Papirus, 1990.
MIRANDA N. Organização das atividades de recreação. Belo Horizonte:,Itatiaia, 1984.
STIFF, G. Mil juegos para la juventud. Buenos Aires: Dnefdr, 1964.
VITELLUCHI, S. Aprender jugando desde la realidad. Buenos Aires: Bonum, 1992.

Ludicidade - o que é isso mesmo?

Slides trabalhado nas oficinas de Educação Física/Recreação (teoria e prática) com os professores do 1º ano e 1ª a 4ª série do Ensino Fudamental pela Secretaria Municipal de Educação Cultura e Esporte de Santa Maria da Vitória - Bahia, no primeiro semestre de 2010.



Oficina de Educação Física

"Recreação"

1º ano e 1ª a 4ª série


Ludicidade
O que é isso mesmo?

Referente a, ou que tem o caráter de jogos, brinquedos e divertimentos

(Aurélio)

Tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo".

(Kishimoto)

"[...] não se restringe apenas ao jogo e à brincadeira, implica uma maior amplitude, um envolvimento mais profundo do sujeito, um encontro com ele mesmo."

(Lúcia Helena Pena Pereira)

"[...]é uma ação vivida e sentida, não definível pelas palavras e, sim, compreendida pela fruição."

(Silvino Santin)

Ludicidade
O que é isso mesmo?

HUIZINGA, propõe a expressão "homo ludens" para ressaltar que o lúdico é considerado uma das necessidades básicas do ser humano

"O que mais caracteriza a ludicidade é a experiência de plenitude que ela possibilita a quem vivência"

(Luckesi)

"[...] é um estado interno do sujeito"

(Luckesi)


Brincar é um direito da criança

  • Declaração dos Direitos Humanos da ONU 1948 e Direitos das Crianças de 1948 – artigo 31 na Convenções das Nações Unidas na
  • Constituição de 1988: artigo 227
  • Estatuto da Criança e do Adolescente - Artigo 53 e 59
  • está garantido no capítulo II – Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade - Artigo 16. "O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: "no inciso IV diz (...) "Brincar, praticar esportes, divertir-se".
  • Nas Diretrizes Curriculares Nacional para Educação Infantil (artigo 3)
  • Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental



Para que tanta Brincadeira?

"a brincadeira é nossa primeira forma de cultura" (Benjamim)

"é pelo jogo que as crianças são introduzidas na sociedade, ou porque não dizer, recepcionadas na sociedade" (Benjamim)

"Pela brincadeira somos capazes de criar um mundo "nosso", de nossas utopias, abandonando, ou podendo abandonar, o mundo de nossas necessidades." (Chateau apud Porto)

"A criança que não sabe brincar (...) será um adulto que não saberá pensar" (Chateau)

"A brincadeira cria zonas de desenvolvimento proximal, sendo um momento que a criança se comporta além do habitual." (Vigotsky)

"no brincar, somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral" (Winnicott)

Winnicott toma a brincadeira como indício e termômetro da saude.


Educação Física como disciplina escolar
Lei 9394/96

Artigo 26 [...]

[...]

§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos.

§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. (Redação dada pela Lei nº 10.328, de 12.12.2001)
§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno:
(Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)

I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis
horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)


II – maior de trinta anos de
idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)

III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que,
em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)

IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)

V – (VETADO)
(Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)

VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)


Sobre a atuação do professor multidisciplinar nas aulas de Educação Física
Parecer CNE/CEB 03/07/2001

Tendo em foco a Educação Física como parte do trabalho cotidiano nas escolas, investigaremos, primeiramente, a Educação Física nos quatro primeiros anos do ensino fundamental e a pertinência legal de exigir-se profissional especialmente qualificado para tal fim.

[...]

Nos quatro primeiros anos do ensino fundamental, a prática multidisciplinar é amplamente disseminada entre nós. A Matemática não é ensinada por matemático, a Língua Portuguesa não é ensinada por diplomado em Letras, e assim o é com tantos quantos foremos conteúdos curriculares. A generalidade da formação do professor que milita nos anos iniciais do ensino fundamental tem fundamento na legislação em vigor, fazendo parte de longa tradição que se acumula por várias gerações. Certamente cada um de nós teve uma professora generalista nas primeiras letras e números e assim o foi com nossos pais, avós e bisavós. Esta tradição tem sua raiz legal em ato do Imperador D. Pedro I que promulgou, em 15 de Outubro de 1827, o primeiro estatuto do magistério, data que constitui efeméride emblemática em nossos dias. Lá se estipulava a atuação multidisciplinar dos professores das primeiras letras, em especial em seu artigo 6o, que afirmava:

"Art. 6o. Os professores ensinarão a ler, escrever, as
quatro operações de arithmetica, pratica de quebrados, decimaes e proporções, as
noções mais geraes de geometria pratica, a grammatica da lingua nacional, e os
princípios de moral christã e da doutrina da religião católica e apostólica
romana, proporcionados á compreensão dos meninos; preferindo para as leituras a
Constituição do Império e a Historia do Brazil."

Não é apenas a referência legal mais antiga que aponta para a atuação multidisciplinar do professor dos primeiros anos, mas também a referência legal mais recente. De fato, a Lei 10.172, de 9 de Janeiro de 2001, que institui o Plano Decenal de Educação também o faz. Nele, são abordadas as classes e escolas unidocentes (2.3), a formação inicial e continuada para atuação multidisciplinar (10.2), colocando como meta para os próximos cinco anos (10.3, #17) a garantida de formação em nível médio, na modalidade normal, de 100% dos professores da educação infantil e das quatro primeiras séries do ensino fundamental. Reafirma-se ainda que a educação escolar não se reduz à sala de aula e se viabiliza pela ação articulada entre todos os agentes educativos.

[...]

Não existe dúvida a respeito da pertinência de se franquear a atuação de profissionais especializados nos quatro primeiros anos do ensino fundamental, em qualquer de suas séries, semestres, ciclos etc. A orientação de higiene bucal, por exemplo, deveria ser feita preferivelmente por odontologista habilitado e especializado, as noções de puericultura deveriam ser feitas por enfermeira ou pediatra credenciado e especializado, bem como a Educação Física deveria contar com a assistência de profissional especializado. No entanto, disso não decorre que os professores de atuação multidisciplinar estejam impedidos de realizar essas atividades e em especial as preconizadas na Proposta Pedagógica da Escola, dado que se encontram em sua esfera de obrigações.

Assim, conclusivamente, não assiste razão a quem evoca a lei para restringir o direito ao exercício profissional do professor de atuação multidisciplinar em qualquer um dos conteúdos curriculares dos anos iniciais do ensino fundamental ou da educação infantil. Mesmo se o componente curricular configurar disciplina específica, inclusive Educação Física, ela poderá ser ministrada por profissional legalmente licenciado para o exercício docente nos quatro primeiros anos do ensino fundamental. Associações profissionais de classe, de pais e professores, os órgãos do poder executivo em todos os níveis etc. deveriam envidar esforços para que os professores tivessem condições objetivas de aprimorar seu desempenho profissional em todos os componentes curriculares. Cursos de formação continuada, inclusive para a prática de educação física pelas crianças da educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental, são formas eficazes de caminhar em direção a práticas satisfatórias de educação física nas escolas.

Parâmetro Curriculares Nacionais

Educação Física

PCN – Educação Física 1ª a 4ª série

Objetivos 1ª e 2ª série

  • Participar de diferentes atividade corporais procurando adotar uma atitude cooperativa e solidária, sem discriminar os colegas pelo desempenho ou por razões sociais, físicas, sexuais, ou culturais;
  • Conhecer algumas de suas possibilidades de forma a poder estabelecer algumas metas pessoais;
  • Conhecer , valorizar , apreciar e desfrutar de algumas da diferentes manifestações de cultura corporal presentes no cotidiano;
  • Organizar autonomamente, alguns jogos, brincadeiras ou outras atividades corporais simples.

Objetivos 3ª e 4ª série

  • Reconhecer e respeitar algumas de características físicas e de seu desempenho motor;
  • Adotar atitudes de respeito mutuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas, buscando solucionar os conflitos de forma não-violenta;
  • Organizar jogos, brincadeiras ou outras atividades corporais, valorizando-as como recursos para o usufruto do tempo disponível.

PCN – Educação Física 1ª a 4ª série

Conteúdos - 1ª e 2ª série

  • [...]
  • Explicação e demonstração de brincadeiras aprendidas em contextos extra-escolas;
  • Participação e apreciação de brincadeiras ensinadas pelos colega;
  • Resolução de situações de conflitos por meio do diálogo, com a ajuda do professor;
  • [...]; [...];[...];
  • Participação em brincadeiras cantadas;
  • Criação de brincadeiras;
  • [...]
  • Apreciação e valorização de danças pertencentes à localidade;
  • Utilização de habilidades (correr, saltar, arremessar, rolar, bater, rebater, receber, amortecer, chutar, girar, etc.) durante os jogos, brincadeiras, lutas e danças;
  • [...]; [...].[...];

Conteúdos - 3ª e 4ª série

  • [...];[...];[...];
  • Resolução de problemas corporais individualmente e em grupos;
  • Participação na execução e criação de coreografias simples;
  • Participação em danças pertencentes a manifestações culturais da coletividade ou de outras localidades, que estejam presentes no cotidiano;
  • Apreciação e valorização de danças pertencentes à localidade;
  • Participação em atividades rítmicas e expressivas;
  • Utilização de habilidades motoras nas lutas, jogos e danças;
  • [...];[...];[...];

Critérios de avaliação de Educação Física - 1ª e 2ª série

Enfrentar desafios corporais em diferentes contextos como circuitos, jogos e brincadeiras

Pretende-se avaliar se o aluno demonstra segurança para experimentar, tentar e arriscar em situações proposta em aula ou em situações cotidianas de aprendizagem corporal.


Participar das atividades respeitando as regras e a organização

Pretende-se avaliar se o aluno participa adequadamente das atividades, respeitando as regras, a organização, com empenho em utilizar os movimentos adequados à atividade proposta.

Interagir com seus colegas sem estigmatizar ou discriminar por razões físicas, sociais, culturais ou de gêneros

Pretende-se avaliar se o aluno reconhece e respeita as diferenças individuais e se participa de atividades com seus colegas, auxiliando aqueles que têm mais dificuldade e aceitando ajuda dos que têm mais competência.


Critérios de avaliação de Educação Física - 3ª e 4ª série

Enfrentar desafios colocados em situações de jogos e competições, respeitando as regras e adotando uma postura cooperativa

Avaliar se o aluno aceita as limitações impostas pelas situações de jogo, tanto no que se refere às regras quanto no que diz respeito à sua possibilidade de desempenho e à interação com os outros. Que o aluno tolere pequenas frustrações, seja capaz de colaborar com os colegas mesmo que estes sejam menos competente, e participe do jogo com entusiasmo.

Participar das atividades respeitando as regras e a organização

Avaliar se o aluno reconhece que os benefícios para a saúde decorrem da realização de atividades corporais regulares, se tem critérios para avaliar seu próprio avanço e se nota que esse avanço decorre da perseverança.

Interagir com seus colegas sem estigmatizar ou discriminar por razões físicas, sociais, culturais ou de gêneros

Avaliar se o aluno reconhece que as formas de expressão de cada cultura são fonte de aprendizagem de diferentes tipos de movimento e expressão. Que o aluno tenha uma postura receptiva, não discrimine produções por quaisquer razões sociais ou de gênero.



Vamos começar a brincadeira...




ATIVIDADES LÚDICAS COMO ESTRATÉGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Angela Cristina Munhoz Maluf


Apresentação
Todo o ser humano pode beneficiar-se de atividades lúdicas, tanto pelo aspecto de diversão e prazer, quanto pelo aspecto da aprendizagem. Através das atividades lúdicas desenvolvemos várias capacidades, exploramos e refletimos sobre a realidade, a cultura na qual vivemos, incorporamos e, ao mesmo tempo, questionamos regras e papéis sociais. Podemos dizer que nas atividades lúdicas ultrapassamos a, realidade, transformando-a através da imaginação. A incorporação de brincadeiras, jogos e brinquedos na prática pedagógica, podem desenvolver diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados cons,trutivos tanto para crianças como para os jovens.

Objetivos
Este estudo visa mostrar aos educadores, a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento do ser humano, em uma perspectiva social, criativa, afetiva, cultural e histórica. Como ta,mbém compreender e relacionar as atividades lúdicas ao desenvolvimento de crianças e jovens, estabelecendo uma articulação entre a teoria e a prática educativa, através de leituras específicas e vivências de atividades práticas, reconhecendo como utilizar, atividades lúdicas no âmbito escolar, permitindo um melhor direcionamento no seu trabalho pedagógico.

Metodologia
Durante as atividades lúdicas, os educadores podem perceber traços de personalidade do educando, de seu comportamento individual e em gr,upo e o ritmo de seu desenvolvimento. O ato de divertir-se vai oportunizar as vivências às vezes inocentes e simples da essência lúdica de crianças, jovens e adultos, possibilitando o aumento da auto-estima, o autoconhecimento de suas responsabilidades e,valores, a troca de informações e experiências corporais e culturais, por meio das atividades de socialização. Ainda é oportunizado às crianças, jovens e adultos o enriquecimento de suas próprias capacidades, mediante estímulo à iniciativa, à melhoria nos, processos de comunicação e principalmente a optar por ações que incentivem a criatividade, que é certamente uma característica e um objetivo fundamental da Atividade Lúdica, seja ela uma brincadeira, jogo ou brinquedo em suas diversas formas de realizaçã,o. Toda a atividade lúdica pode ser aplicada em diversas faixas etárias, mas pode sofrer interferência em seu procedimento de aplicação, na metodologia de organização e no ministrar de suas estratégias, de acordo com as necessidades específicas das faixas, etárias. Podemos observar as crianças de:

2 a 3 anos (Introdução do livro: Atividades Recreativas para Divertir e Ensinar Vozes-2005)
" Possuem necessidade de manipular materiais variados;
" Precisam desenvolver seus músculos e sua imaginação;
" Pr,ecisam estimular a sua criatividade;
" Necessitam conviver com outras crianças;
" Precisam que sua observação seja ativada e que o conhecimento de objetos que as cercam seja despertado;
" Gostam de brincar mais sozinhas e seu principal interesse é desc,obrir seu próprio corpo.

Devemos ativar a observação e despertar para o conhecimento de objetos que as cercam.Gostam de brincar mais sozinhas e seu principal interesse é descobrir o seu próprio corpo.

4 a 6 anos
" Gostam de ser elogiadas e têm tend,ência a emoções extremas;
" Adoram novidades (lugares, pessoas e objetos). Ficam pouco tempo realizando uma atividade, exigem troca constante e rápida de ações;
" Precisam de regras e limites, que desafiem sua imaginação;
" Constantemente, necessitam d,e motivação e quando motivadas, conseguem se entreter mais tempo em uma atividade, vivendo assim suas emoções com bastante facilidade;
" Começam a ter curiosidade sexual e preocupam-se com as diferenças;
" Apegam-se a familiares;
" Necessitam de autoco,ntrole das emoções diante de medos de coisas ou de situações como, escuro, bicho e, portanto, devem ter oportunidade para vencer temores.
" Adoram mostrar o que sabem fazer, nesta fase estão descobrindo o prazer de brincar junto com outras crianças.

7, a 9 anos
" Tem grande precisão de movimentos, sendo uma etapa totalmente viável para o incentivo às atividades desportivas e àquelas que demandam esforço físico;
" Precisam de motivação no desenvolvimento do seu intelecto, com ações que possam proporci,onar reflexões e descobertas;
" Necessitam de motivação para o convívio social;
" Requerem reforço nas atividades sobre as diferenças entre grande e pequeno, direita e esquerda, claro e escuro ou outros elementos.
" As atividades sobre as diferenças en,tre grande e pequeno, direita e esquerda, claro e escuro ou outros elementos, devem ser reforçadas nas atividades lúdicas.

10 a 12 anos
" Têm grande interesse (por) e necessidade de atividades ao ar livre, jogos de equipes;
" Necessitam de autonomia,e oportunidades de aceitação dentro de um grupo;
" Precisam de atividades específicas para meninos ou meninas, devido á diferença de interesse e ao ritmo de amadurecimento;
" Necessitam de atividades que possam contribuir para autocrítica e o reconhecim,ento de suas dificuldades;
" Possuem grande interesse em jogos atividades de grupo, músicas do momento e ações de humor;
" Precisam trabalhar a sensibilidade e o ciúme com o uso de técnicas e dinâmicas individuais e em grupo.

13 anos em diante
" Pos,suem interesse por assuntos culturais e religiosos, buscando assim seus ideais;
" Tendem a aperfeiçoar suas habilidades motoras enfatizando as atividades esportivas;
" Os meninos necessitam de atividades de maior intensidade, com ações que exigem força,, resistência, velocidade e coragem;
" As meninas se interessam mais por atividades esportivas de menor esforço e de maior habilidade;
" Apreciam atividades ao ar livre, rítmicas que estão inseridas no seu contexto social. É de grande importância a refle,xão entre meninos e meninas sobre as atividades que tenham contato do corpo;
" Necessitam de atividades que trabalhem os grandes grupos musculares, os movimentos gerais e a flexibilidade.

Considerando-se as necessidades físicas e psicológicas de crian,ças e jovens, sugiro atividades que trabalhem com o intelecto, com corpo e com o social. Essas atividades têm por objetivo ajudar as crianças a entrarem em contato com o mundo do conhecimento e da informação e desenvolver suas habilidades de criar e relac,ionar esses conhecimentos, pois só assim elas serão capazes de desenvolver uma linguagem e aprender a dominar todo tipo de informação.As atividades lúdicas funcionam como exercícios necessários e úteis à vida. Possibilitar estes exercícios é assegurar a s,obrevivência de sonhos e promover a construção de conhecimentos vinculados ao prazer de viver e aprender de uma forma natural, divertida e agradável.
Referências
ABERASTURY, A. A criança e seus jogos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
ANTUNES, C. & PE,GAIA, UYVÃO. Ludopedagogia, São Paulo: ed. Do Brasil, 1974.
BERGERET, L. Du cote des iudotheques. Paris: Fleurus, 1984.
FINGERMANN, G. El juego y sus proyecciones, Buenos Aires: El Ateneo, 1970.
GOUVEA, R. Recreação, 4ª ed. Rio de Janeiro: Agir (Esco,la e Vida, 2), 1969.
IOBOLI, G. B. Práticas de ensino: subsídios para atividade docente, 5ª ed. São Paulo: Ática, 1994.
MARCELINO N. C. Pedagogia da animação, Campinas: Papirus, 1990.
MIRANDA N. Organização das atividades de recreação. Belo Horizonte:,Itatiaia, 1984.
STIFF, G. Mil juegos para la juventud. Buenos Aires: Dnefdr, 1964.
VITELLUCHI, S. Aprender jugando desde la realidad. Buenos Aires: Bonum, 1992.