EMENTA:
Confecção de brinquedos com materiais reutilizáveis ou de baixo custo; (re)significação do brincar na escola; Integração escola, família e comunidade.
OBJETIVO GERAL:
Confeccionar brinquedos com sucatas e materiais de baixo custo para serem repassados às crianças nas aulas de educação física, e como alternativa de brincadeiras, “ocupação” no inicio das aulas e intervalos ou em atividades de sala de aula organizadas pelos professores.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- oportunizar às crianças a possibilidade de confeccionarem brinquedos alternativos, como forma de desenvolver a imaginação e criação;
- (re)significar o brincar espontâneo como elemento essencial para o desenvolvimento integral da criança, de sua criatividade, aprendizagem e socialização;
- valorizar o brinquedo popular artesanal e sua confecção;manter viva as tradições e a cultura das antigas gerações, traduzidas no brinquedo;
- estimular o ato de brincar com brinquedos simples;proporcionar o desenvolvimento da sociabilidade e da afetividade;
- sugerir novos desafios, através da construção de seu próprio brinquedo;
- oportunizar situações para o desenvolvimento de habilidades criativas e expressivas;
- estimular a coleta seletiva do lixo, e reutilizá-lo para algum fim.
JUSTIFICATIVA/FUNDAMENTAÇÃO:
Os brinquedos são objetos ou instrumentos utilizados para o ato de brincar, tornando-se parceiros da criança em suas brincadeiras, levando-a a ação, imaginação e criação. Muitos dos brinquedos que encontramos na atualidade foram construídos a milhares de anos, servindo naquela época como instrumentos de guerra, como é o caso do arco e flecha, o estilingue, a pipa, etc. Contudo, encontramos nos dias atuais brinquedos das mais diversas formas e funções que estimulam as crianças, sendo estes lúdicos e pedagógicos.
O brinquedo popular é peça fundamental para o desenvolvimento intelectual e coordenação motora da criança. Caracterizado como produto artesanal, o brinquedo age de forma interativa no mundo de fantasias da criança, aproximando-a da realidade social em que vive, desenvolvendo experiências internas e externas ao seu mundo, promovendo melhores resultados na aprendizagem.
Com o advento da revolução industrial, o brinquedo sofreu grandes modificações tecnológicas. Diminuiu a demanda artesanal e a sociedade passou a consumir os brinquedos industrializados, com novas formas e roupagens que fugiram da realidade social das crianças de classe média e baixa. Apesar do avanço tecnológico, o brinquedo artesanal continua com a sua identidade cultural, nunca deixou de ser fabricado, e continua encantando crianças, principalmente nas regiões mais pobres do Brasil, onde o artesanato é o meio de subsistência da maioria da população. Além do mais a sua confecção na escola por meio de
[...] oficinas de criação de brinquedos são momentos especiais. O fazer em grupo incentiva a cooperação, a solidariedade, ajuda as pessoas a se conhecerem melhor e a formarem laços de amizade. Transformar sucata em brinquedos pode animar também as famílias a se unirem para transformar, para melhor, sua realidade. Cada brinquedo criado puxa a idéia para fazer outro e a oficina vai se tornando cada vez mais rica e interessante. (PASTORAL DA CRIANÇA, 2005, p. 24).
[...] [as oficinas] podem servir também para o conserto de brinquedos que as crianças quebram ao brincar. O importante é que os brinquedos quebrados, sujos possam ser reconstituídos, limpos, renovados. [...]
Oferecer brinquedos quebrados e sujos demonstra pouco caso. Brinquedos limpos e inteiros ajudam na formação da auto-estima das crianças e das famílias, mostra que elas merecem cuidados, amor, atenção, respeito; têm direito a utilizar coisas bonitas, tratadas, limpas. (Op. cit., p. 21).Depois disso, os brinquedos podem ser utilizados pelas crianças no momento dos intervalos, implementando seus projetos de brincadeiras oferecendo-lhes alternativas no momento do brincar livre, ajudando assim a preencher “grandes espaços internos e externos, como salões salas e corredores [que na sua maioria estão] sempre vazios, [...] [e] que pela ausência de objetos ou cantos estimuladores, favorecem correrias e empurrões (KISHIMOTO, 1996, p. 12)”.
Por fim, a realização dessa oficina de brinquedos se justifica, não só pela construção de objetos que poderá auxiliar a escola na realização de suas tarefas, mas pela importância que o brinquedo e as brincadeiras assumem no desenvolvimento biológico, psicológico, social, afetivo e cultural das crianças, pela necessidade de se fazer da escola um espaço prazeroso, onde as crianças sintam-se valorizadas e respeitadas no exercício dos seus direitos, serem crianças, e a alegria seja o principal instrumento didático utilizado pelo professor na construção do conhecimento.
CARGA HORÁRIA:
A oficina terá uma carga horária de no mínimo 3 horas e no máximo 4 horas de duração.
ATIVIDADES:
Confecção dos brinquedos relacionados abaixo, por se tratar de brinquedos simples de serem confeccionados, com grande valor simbólico e cultural, atrativos para as crianças e elaborados com materiais reutilizáveis e/ou de baixo custo.
vai-e-vem – pés-de-lata – bilboquê – cavalinhos de cabo de vassoura – corda (coletiva e individual) – elástico – bambolê – bonecas de pano – barangandão – tambores musicais - carrinhos.
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS:
Cadeiras com mesas; papel crepom (várias cores); tinta p/ tecido (várias cores); tinta facial; Garrafa Plásticas (todos os tamanhos), fita adesiva; fita adesiva colorida (várias cores); barbante; tesouras; mangueira de irrigação 3/4 (vermelha); fitilho; cabos de vassoura; corda nylon (colorida); latas de leite ninho (ou similar), retalhos de pano; agulha; linha de costurar; cabos de vassoura; corda plástico (de varal); cano de irrigação 3/4.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CRIANÇA, Pastoral da. Brinquedos e brincadeira na comunidade. Pastoral da Criança – Curitiba, 2005.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Escolarização e brincadeira na educação infantil. Miniconferência apresentada no IV Simpósio Latino-Americano de Atenção à Criança de 0 a 6 anos e II Simpósio Nacional de Educação Infantil. Brasília, Ministério de Educação, Cultura e Desporto. 28 de novembro de 1996b
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo / Santa Marli Pires dos Santos – Porto Alegre : Artes Médicas, 1995.